Estudar a história da Igreja é essencial para compreendermos como chegamos até aqui. Assim como um acidente de trânsito pode mudar nossa forma de dirigir e alertar outras pessoas a evitarem os mesmos erros, conhecer os acontecimentos do passado nos ajuda a entender o presente e construir um futuro mais consciente e firme na fé.

Por que estudar história?
A história não começou nos livros. Antes da escrita, os povos transmitiam seus conhecimentos e experiências oralmente. Heródoto, um pensador da Grécia antiga, foi o primeiro a investigar fatos e organizá-los de forma sistemática. Agostinho, por sua vez, aplicou uma visão teológica ao estudo da história.
Além disso, provas arqueológicas, como os achados que confirmam a existência de Davi e Nabucodonosor, mostram que a história bíblica não é um mito, mas um registro real. Ao visualizarmos uma linha do tempo, podemos situar acontecimentos bíblicos nos diversos períodos históricos. Por exemplo, Jesus nasceu na Idade Antiga, durante o domínio romano.
A plenitude dos tempos
Quando Jesus veio ao mundo, Ele veio no momento certo. Gálatas 4:4 chama esse período de “plenitude dos tempos”. Nesse contexto, três povos influenciaram fortemente esse cenário: gregos, romanos e judeus.
Os gregos deixaram um legado filosófico e linguístico. Suas ideias influenciaram profundamente o pensamento mundial. Os epicureus acreditavam num Deus distante e sem interesse na humanidade, enquanto os estóicos viam tudo, até o mal, como vindo de Deus.
Os romanos, por outro lado, eram práticos. Criaram a Pax Romana, uma era de paz entre povos dominados, permitindo a livre circulação e facilitando a pregação do evangelho. Apesar de sua estrutura avançada, Roma era uma sociedade escravagista, onde muitos eram considerados propriedade.
Enquanto isso, os judeus, com seu monoteísmo, sinagogas e tradução da Septuaginta, prepararam o mundo religiosamente para o Messias. Atos 2 relata o nascimento da Igreja: uma comunidade cheia do Espírito Santo, que vivia em comunhão e generosidade.
Crescimento em meio à perseguição
A Igreja primitiva cresceu mesmo enfrentando resistência. A morte de Estêvão (Atos 7) marcou o início de perseguições, mas também da expansão missionária. Paulo, antes perseguidor, tornou-se apóstolo e levou o evangelho a outras regiões. Em Atos 15, no primeiro concílio da Igreja, definiu-se que os gentios não precisavam guardar a Lei judaica. Apenas se abster de práticas idólatras e impuras.
Além do mais, os cristãos criam na Trindade, no perdão dos pecados, na volta de Cristo e na intercessão apenas de Jesus. A partir de 64 d.C., com Nero, a perseguição tornou-se oficial. Por isso, os cristãos passaram a se reunir em catacumbas subterrâneas. Os símbolos cristãos, como o peixe (ICTUS) e o monograma XP, eram sinais de sua fé e identidade.
A formação da Igreja e os concílios
Com o tempo, a Igreja ganhou forma institucional. O bispo de Roma buscou liderar todas as igrejas, nascendo, então, o papado. Em 1054, ocorreu o Cisma entre a Igreja do Ocidente (Católica) e a do Oriente (Ortodoxa). Diversos concílios foram realizados ao longo da história:
- Concílio de Jerusalém (50 d.C.)
- Concílio de Niceia (325)
- Concílio de Trento (1545-1563) — resposta à Reforma
- Concílio Vaticano (1870) — proclamou a infalibilidade papal
Na Idade Média, a Igreja acumulou poder e terras. Além disso, o celibato foi imposto aos padres no século XI. O latim se tornou obrigatório nas missas. A população comum não tinha acesso à Palavra. Por isso, a Inquisição foi criada para perseguir os que divergiam dos dogmas.
A Reforma e o retorno às Escrituras
A Reforma Protestante rompeu com esse sistema. Martinho Lutero, apoiado por autoridades políticas, traduziu a Bíblia para o alemão e pregou as 95 teses em 1517. Ele defendia que a salvação era pela fé, e não por obras ou pagamentos. Outros reformadores, como Calvino e Armínio, aprofundaram o debate entre predestinação e livre-arbítrio.
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana. Grupos como puritanos, congregacionais, batistas e metodistas surgiram nesse período. John Wesley e Whitefield lideraram o avivamento inglês, influenciando inclusive os movimentos posteriores nos Estados Unidos.
O Pentecoste moderno
No século XX, o movimento pentecostal ganhou força e se espalhou rapidamente. Em 1906, o avivamento da Rua Azusa, liderado por William Seymour, trouxe uma renovada e marcante manifestação dos dons espirituais, e a influência desse mover logo ultrapassou fronteiras. O impacto chegou ao Brasil através dos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, que fundaram a Assembleia de Deus no Pará, e a mensagem pentecostal passou a transformar vidas em todo o país.
Já na década de 1970, Kenneth Hagin fundou a escola Rhema, e, posteriormente, na década de 1980, Bud e Jan Wright trouxeram esse ministério ao Brasil, ampliando o alcance do ensino da fé. O mover do Espírito, portanto, continuou a se manifestar, com homens e mulheres que creram na cura, nos milagres e no ensino da Palavra. Assim, nesse ambiente de fé, surgiram muitos testemunhos, os quais fortaleceram a Igreja e continuam a inspirar gerações até os dias de hoje.
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A história continua
A história da Igreja é uma jornada de resistência, fé e coragem. Homens como Irineu, Justino, Lutero, Wesley, Hagin e tantos outros, inspiram a nova geração a se levantar com poder e propósito. Agora, chegou a nossa vez.
Portanto, a Igreja segue viva, caminhando com o olhar firme em Cristo, aprendendo com o passado, vivendo com sabedoria no presente e preparando-se para o futuro glorioso que nos aguarda.
Que tal você fazer uma declaração de fé nesse momento? diga:“Eu (seu nome), fui levantado(a) por Deus, no Brasil, para cumprir um chamado, e nada vai me parar”. Aleluias!
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