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O Livro Selado com Sete Selos — Parte 2

    Quando a gente chega em Apocalipse capítulo 5, João nos coloca diante de uma cena emocionante e cheia de significado. Ele vê Deus, sentado no trono, com um livro selado com sete selos na mão direita. Esse livro — ou rolo — está selado com sete selos. Aí, um anjo pergunta em alta voz: “Quem é digno de abrir o livro e desatar os selos?” (v.2).

    Pergaminho Apocalipse

    Só que, para espanto de todos, ninguém responde. Nem nos céus, nem na terra, nem debaixo da terra. Ninguém é achado digno. João se desespera. Ele começa a chorar muito, afinal, aquele livro não é qualquer coisa. Ele representa o plano de Deus para a humanidade. Se ninguém puder abrir, significa que o plano está travado, sem solução.

    O Cordeiro entra em cena

    Mas, de repente, um dos anciãos diz para João: “Não chore! O Leão da tribo de Judá venceu!” (v.5). João olha e vê um Cordeiro como se tivesse sido morto, em pé, diante do trono. É Jesus. Ele se aproxima e toma o livro da mão de Deus. O céu se move em adoração.

    Essa cena é central para entendermos o papel de Cristo no plano eterno. Mas pra compreender por que só Ele pode abrir esse livro, a gente precisa entender o que o livro representa e o que significa ser “digno” de abri-lo.


    Jesus é o Filho Primogênito e o Herdeiro

    Na Bíblia, o primogênito tinha uma posição muito especial. Ele recebia uma porção dobrada da herança (Deuteronômio 21:17) e era preparado para assumir os negócios do pai. No mundo romano, isso também era comum: o filho, mesmo sendo herdeiro de tudo, só tomava posse oficial dos bens após um tempo de amadurecimento e uma cerimônia pública. Enquanto isso, ele ficava sob os cuidados de tutores.

    Em Gálatas 4:1–2, Paulo usa exatamente essa comparação. Ele diz que o herdeiro, mesmo sendo dono de tudo, ainda era tratado como servo até chegar o momento certo. E Jesus passou por isso em proporções eternas. Ele sempre foi Deus, mas se fez homem, viveu como servo, sofreu, morreu e, depois da ressurreição, recebeu toda autoridade nos céus e na terra (Mateus 28:18). Foi nessa hora que Ele se tornou digno de abrir o livro.


    O Pai não morre, mas entrega a herança

    Talvez você esteja se perguntando: “Mas herança não é só quando alguém morre? Deus Pai não morre! Então como Jesus recebe a herança?”

    Ótima pergunta! Em Hebreus 9:16, está escrito:

    “Pois onde há testamento, é necessário que haja a morte do testador.”

    Mas aqui entra um detalhe importante: Jesus também é Deus. Entretanto, quando assumiu a forma humana, Ele morreu. Foi a sua morte na cruz que ativou a nova aliança e abriu caminho para que a herança espiritual fosse liberada — para Ele, como herdeiro principal, e para nós, como coerdeiros (Romanos 8:17).

    O Pai não morreu, mas glorificou o Filho por meio da cruz. Jesus se entregou voluntariamente, e isso foi o suficiente para liberar o testamento da redenção. É como se o Pai estivesse dizendo: “Agora, Filho, é tudo teu. Você venceu. Assuma o trono.”


    A Igreja já participa dessa herança

    A boa notícia é que Jesus não ficou com tudo só pra Ele. Ele compartilha a herança com os seus irmãos — ou seja, a Igreja. Paulo diz em Efésios 1:13–14 que o Espírito Santo é como um penhor, uma “entrada” que Deus nos dá agora, como garantia de tudo o que ainda vamos receber.

    Já temos paz com Deus, salvação, autoridade no nome de Jesus. Mas a parte completa da herança virá quando formos glorificados, na eternidade.


    E por que esse livro é tão importante?

    O livro selado com sete selos é como um documento oficial de Deus. Ele contém o plano completo para julgar o mal, restaurar o mundo e cumprir as promessas. É como se fosse a escritura da Terra, o contrato da história. Só alguém perfeitamente justo, obediente, sem pecado e vitorioso poderia assumir essa responsabilidade.

    Jesus é esse alguém. Ele é o Cordeiro que foi morto, mas agora vive para sempre. E ao tomar esse livro, mostra que está assumindo o controle. Ele Vai dar início aos juízos, vai corrigir tudo o que está errado, e vai preparar o caminho para a manifestação do Reino.


    Um céu em festa

    A partir do versículo 8, o céu inteiro entra em adoração. Os quatro seres viventes, os 24 anciãos, milhões de anjos — todos se curvam diante do Cordeiro. Eles cantam uma nova canção:

    Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com teu sangue compraste para Deus pessoas de toda tribo, língua, povo e nação.” (Ap 5:9)

    Depois disso, a multidão celestial grita:

    Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor!” (Ap 5:12)

    Essa cena é o ponto de virada. Agora é oficial: Jesus está no comando. Ele venceu. E a partir dali, os eventos dos capítulos seguintes começam a se desenrolar.


    Conclusão: Um Reino prestes a começar

    Hoje, Jesus já está entronizado nos céus, à direita do Pai, mas ainda não assumiu o governo completo da Terra. Isso vai acontecer quando os eventos do Apocalipse começarem de fato. E quando isso ocorrer, Ele vai julgar o mal, estabelecer justiça e reinar eternamente.

    O livro selado é muito mais do que um símbolo. Ele representa a posse definitiva do mundo, o direito de governar, a certeza de que o plano de Deus será cumprido até o fim.

    E você? Já faz parte dessa herança? Porque ela está disponível agora. Não quando a vida acabar, mas a partir do momento em que você entrega sua vida a Jesus.

    Já leu a parte 1 desse artigo? Se não, clique aqui. Acesse também o blog do Ministério Verbo da Vida.

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