Pular para o conteúdo
Início » Artigos » O Filho do Homem: O Deus que se fez um de nós

O Filho do Homem: O Deus que se fez um de nós

    Quando Jesus andava pela terra, Ele podia ter se chamado de muitas coisas: Rei dos reis, Messias, Salvador. E de fato, Ele é tudo isso. Mas tem um título que Ele usava com frequência, e que às vezes a gente até passa batido: “Filho do Homem”.

    Essa expressão aparece mais de 80 vezes no Novo Testamento, e Jesus quase sempre a usava para falar de si mesmo. Mas por que Ele escolheu esse nome? O que tem de tão especial nele?

    Jesus ensinando às multidões

    Um nome simples, mas cheio de sentido

    Jesus escolheu se apresentar como “Filho do Homem”, e isso revela muito da sua humildade. À primeira vista, essa expressão parece apenas uma forma de dizer “ser humano”. E, de fato, no Antigo Testamento — especialmente no livro de Ezequiel — Deus usava esse título para se referir ao profeta, como quem diz: *“você é apenas um homem, filho de Adão” (em hebraico, Ben Adam).

    No entanto, quando Jesus adota esse nome, Ele está indo além de uma simples identificação com a humanidade. Ele está declarando que é o homem perfeito, o único capaz de representar toda a raça humana diante de Deus. Seu objetivo era realizar um sacrifício que nenhum outro poderia cumprir.

    Mais do que isso, Jesus assumiu nossas dores, carregou nossas culpas e enfrentou as limitações da nossa condição frágil. Ele sentiu na pele o cansaço, a tristeza, a sede, a rejeição. Ele não se manteve distante: pisou no nosso chão, viveu entre nós e nos mostrou que Deus entende o que é ser humano.


    Um nome profético e poderoso

    Mas essa expressão “Filho do Homem” não aparece apenas em Ezequiel. Em Daniel 7:13-14, encontramos uma das visões mais impressionantes do Antigo Testamento. O profeta vê alguém semelhante a um filho de homem vindo com as nuvens do céu. Esse personagem não é um homem qualquer — ele recebe domínio, glória e um reino que jamais passará. Essa figura é celestial, gloriosa, eterna. É alguém que governa com autoridade divina.

    Ou seja, quando Jesus se identifica como “Filho do Homem”, Ele está afirmando com clareza: “Sou aquele que Daniel viu naquela visão. Sou o Rei eterno, o Messias glorificado, o Filho exaltado pelo Pai.”

    Contudo, Jesus também deixa claro que antes de ser coroado, Ele precisaria ser crucificado. Antes da glória, haveria dor. Antes do trono, haveria a cruz. Ele não veio primeiramente para reinar sobre nações, mas para morrer por pecadores. Esse é o coração do Evangelho.

    Ele sabia quem era, sabia o que tinha que fazer, e mesmo assim escolheu o caminho do sofrimento por amor a nós. Seu reino começou com lágrimas, sangue e redenção.


    Sofrimento agora, glória depois

    Champlin destaca que Jesus usava esse título justamente para não atiçar os ânimos políticos da época. Se Ele chegasse dizendo: “Eu sou o Messias!”, todo mundo ia esperar um rei que despojasse os romanos e assumisse o trono. Mas Jesus sabia que o plano do Pai era outro. Isso nos ensina que é necessário sabedoria e estratégia para expor a mensagem como legítimos representantes do Deus Altíssimo que somos, ou seja, a Igreja, o Corpo de Cristo.

    Ele veio para servir, não para ser servido. Veio para ser traído, açoitado, crucificado, tudo isso como o Filho do Homem — o homem perfeito, o segundo Adão, o único que poderia nos representar diante de Deus. E é como “Filho do Homem” que Ele também ressuscita, é exaltado e voltará para julgar o mundo.


    E o que isso diz pra nós hoje?

    Matthew Henry diz que, ao escolher esse nome, Jesus estava se aproximando de nós, como quem estende a mão e diz: “Ei, eu te entendo. Eu sei como é ser humano. Eu não estou distante, estou do seu lado.”

    O Filho do Homem nos convida a confiar Nele, porque Ele viveu o que vivemos, sofreu o que sofremos — e venceu onde a gente falhou. E agora, Ele nos leva até o Pai.

    Jesus é 100% homem e é 100% Deus. Esse tema inclusive já foi uma discussão central no concílio de Calcedônia, em 451 d.C. Nele, foi debatida a natureza humana de Cristo, em oposição ao monofisismo, uma heresia que pregava que a natureza humana de Jesus foi absorvida pela divina. Este concílio deixou claro que Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana, unidas em uma única pessoa e hipóstase, sem confusão, mudança, divisão ou separação.


    Uma oração

    Senhor Jesus, que honra é saber que o Rei do universo escolheu ser chamado de Filho do Homem. Obrigado por ter se feito um de nós. Obrigado por não fugir do sofrimento, mas ter passado por ele para nos salvar. Ajuda-me a viver lembrando que o Filho do Homem me conhece, sabe todos os meus sofrimentos, me ama e voltará em glória para reinar. Amém.


    Por Diego Dantas

    Clique aqui e acesse mais um dos nossos devocionais. Acesse também o blog do Ministério Verbo da Vida.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *