Quando o Senhor Jesus começa a abrir os selos do Apocalipse, o cenário do fim dos tempos começa a se desenrolar velozmente. O capítulo 6 de Apocalipse marca o início da Tribulação, um período de sete anos em que juízos serão derramados sobre a Terra. A profecia é clara: ela trata de lamentos, gemidos e ais, como vimos no artigo anterior. Vamos analisar cada um dos seis primeiros selos descritos neste capítulo profético, sem omitir nenhuma das revelações.

1º Selo: O Cavalo Branco – O Anticristo
“Vi, então, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa. E ele saiu vencendo e para vencer.” (Apocalipse 6:2)
O primeiro cavaleiro, montado em um cavalo branco, é o próprio Anticristo. Apesar de aparentar ser um pacificador, ele traz em si uma agenda de engano e destruição. O detalhe curioso é que ele carrega um arco, mas sem flechas, simbolizando uma paz aparente e temporária, alcançada através de diplomacia e acordos políticos.
1 Tessalonicenses 5:3 ecoa esse sentimento: “Quando andarem dizendo: ‘Paz e segurança’, eis que lhes sobrevirá repentina destruição…”. A coroa em sua cabeça indica autoridade, dada por permissão divina como forma de juízo à humanidade rebelde.
Alguns estudiosos apontam que o arco é um indicativo de que o Anticristo poderia ser árabe ou descendente de Ismael, pois Gênesis 21:20 diz que Ismael tornou-se um flecheiro. Jesus parece referir-se a ele em João 5:43: “Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me recebem; se outro vier em seu próprio nome, vocês certamente o receberão.”
Importante distinguir este cavaleiro do descrito em Apocalipse 19:11, que também monta um cavalo branco, mas é claramente Jesus, identificado como “Fiel e Verdadeiro”.
2º Selo: O Cavalo Vermelho – Guerras e Conflitos
“E saiu outro cavalo, que era vermelho. E ao seu cavaleiro foi dado poder para tirar a paz da terra e fazer com que os homens matassem uns aos outros. Também lhe foi dada uma grande espada.” (Apocalipse 6:4)
O cavalo vermelho simboliza guerras e revoluções. Quando o Anticristo se apresentar como o pacificador, é porque o mundo estará em colapso após o arrebatamento da Igreja. Nessa atmosfera de caos, nações lutarão por recursos, território e sobrevivência. Este cavaleiro recebe uma grande espada, instrumento de mortandade em massa.
3º Selo: O Cavalo Preto – Fome e Escassez
“…e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão… Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifique o azeite e o vinho.” (Apocalipse 6:5-6)
O terceiro cavaleiro representa a fome. O mundo, devastado pelas guerras, experimentará escassez de alimentos. A balança na mão do cavaleiro indica um racionamento rigoroso. Um denário era o salário de um dia inteiro de trabalho, e com ele só se poderia comprar uma porção mínima de alimento. Mesmo os que têm dinheiro sofrerão para adquirir o básico para sobreviver.
O azeite e o vinho não devem ser danificados, talvez por serem bens de luxo ou por pertencerem às elites. Isso também indica uma desigualdade social extrema durante a Tribulação.
4º Selo: O Cavalo Amarelo – Morte e Destruição
“Eis um cavalo amarelo. O seu cavaleiro se chamava Morte, e o inferno o estava seguindo. E lhes foi dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio dos animais selvagens da terra.” (Apocalipse 6:8)
O cavaleiro amarelo é Morte, e o inferno o segue. O caos instaurado pelos selos anteriores culmina em destruição em escala global. Estima-se que 25% da população mundial perecerá, o que hoje significaria cerca de 1,9 bilhão de pessoas.
A Morte vem acompanhada não apenas de guerra e fome, mas também de epidemias e ataques de animais selvagens. A natureza entra em colapso, e a vida humana se torna extremamente frágil.
5º Selo: Os Mártires da Tribulação
“Vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram…” (Apocalipse 6:9-11)
No quinto selo, temos uma visão celestial dos mártires que foram mortos por permanecerem fiéis a Cristo durante a Tribulação. Eles clamam por justiça, perguntando: “Até quando, ó Soberano Senhor…?”. Deus lhes entrega vestes brancas e pede que aguardem mais um pouco, pois ainda há outros que morrerão pelo mesmo motivo.
Interessante notar que essas almas têm memórias, consciência e senso de justiça mesmo após a morte, contrariando ideias populares de que os mortos estão em sono ou inconsciência.
6º Selo: Terremotos e Juízos Cósmicos
“Vi quando o Cordeiro quebrou o sexto selo. Houve um grande terremoto, o sol se tornou negro… a lua ficou toda vermelha como sangue, as estrelas do céu caíram sobre a terra…” (Apocalipse 6:12-17)
O sexto selo libera um juízo de proporções apocalípticas. Um terremoto global altera o eixo da Terra. O sol escurece, a lua fica vermelha como sangue (possível referência a um eclipse), e estrelas caem do céu. A atmosfera é alterada, possivelmente por atividade vulcânica intensa e detritos na atmosfera.
O texto descreve que montes e ilhas se moverão dos seus lugares. Em pânico, reis, ricos, escravos e livres buscarão se esconder nas cavernas, pedindo que as pedras caiam sobre eles para os esconder da ira do Cordeiro.
Essa é uma manifestação direta da ira divina sobre um mundo que rejeitou a salvação em Cristo. O juízo não é mais apenas natural, mas sobrenatural e evidente a todos os homens.
A abertura dos seis primeiros selos é o prenúncio do que estará por vir. A cada selo, a gravidade dos eventos se intensifica, demonstrando o juízo progressivo de Deus e sua chamada ao arrependimento. Ainda é tempo de buscar a Deus enquanto se pode achar. O Cordeiro que abre os selos é o mesmo que oferece redenção a todo aquele que crê.